Billings: ABC e Grande São Paulo recebem água com bactérias nocivas e metais tóxicos

Desenvolvido pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul, o projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos), iniciado em 2015, apresenta dados assustadores sobre a qualidade da água da represa Billings, que abastece os municípios do ABC e parte da Grande São Paulo.

De acordo com a análise, a água contém enorme concentração de bactérias nocivas e metais pesados.

Esses micro-organismos são causadores de doenças, especialmente gastrintestinais. Já os efeitos tóxicos do chumbo afetam, sobretudo, o sistema nervoso central, prejudicando diversas funções, como a de aprendizagem e comportamentais, causando agressividade especialmente entre crianças. Podem causar ainda anemia, pressão alta, problemas renais, abortos e redução da fertilidade masculina.

Amostras de água e de lodo depositado no fundo da represa, coletadas pelo ecoesportista Dan Robson Dias, indicam uma situação alarmante. Os trechos mais preocupantes são aqueles que banham áreas de São Paulo e Diadema. Nestes locais, todos os 12 pontos analisados são classificados como péssimo. E o fundo concentra altas taxas de fósforo, metais e bactérias. A situação é a mesma no trecho entre São Paulo e São Bernardo, onde há concentração de fósforo, ferro e chumbo, fora os mais de dez grupos de bactérias.

No total, foram coletadas amostras de 50 pontos de fundo, e água em 222 pontos dos 466 quilômetros de margens que banham os municípios de São Paulo, Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

“Esses resultados devem preocupar a todos. A contaminação da represa é fruto da má gestão dos recursos hídricos e da falta de políticas de tratamento de esgoto, que se tornam mais visíveis em tempos de pouca chuva, de crise hídrica, como agora”, disse a responsável pelo estudo, a bióloga e professora da USCS Marta Angela Marcondes.

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