‘Juiz algum que honra a toga se deixa abalar’, diz Rosa Weber sobre fala de Eduardo Bolsonaro

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, participou, no último domingo (21), de uma coletiva de imprensa na sede do Tribunal. Entre os tópicos abordados, estava a declaração feita pelo deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre a facilidade de silenciar o Supremo Tribunal Eleitoral (STF).

A ministra foi sucinta em sua resposta. Weber destacou que juízes não serão afetados pelo comentário do deputado eleito. “No Brasil, as instituições estão funcionando normalmente e juiz algum que honra a toga se deixa abalar por qualquer manifestação que eventualmente possa ser compreendida como inadequada”, disse Rosa Weber.

O posicionamento da presidente do TSE foi feito após um vídeo de Eduardo Bolsonaro ter viralizado na internet. Nele, o filho do candidato a Presidência Jair Bolsonaro (PSL) afirma que bastam “um soldado e um cabo para fechar o STF”.

Após repercussão negativa, o deputado eleito usou as redes sociais para dizer que registro foi gravado há quatro meses. “Se fui infeliz e atingi alguém, tranquilamente peço desculpas, e digo que não era a minha intenção”, escreveu.

Credibilidade da urna eleitoral

Os questionamentos sobre a credibilidade do processo eleitoral também foram pauta na entrevista coletiva do último domingo. A presidente do TSE destacou que não há “base empírica” para o que chamou de “criativas teses”. A ministra também destacou que, caso haja fraudes, elas podem ser facilmente identificadas.

“As criativas teses que intentam contra a lisura do processo eleitoral não possuem base empírica. Estão voltadas à disseminação rápida de conteúdos impactantes sem o compromisso com a verdade. A resposta da instituição, ao contrário, há de ser responsável, após análise das imputações. Reafirmo: o sistema eletrônico eleitoral é auditável. Qualquer fraude nele necessariamente deixaria digitais, permitindo a apuração das responsabilidades”, reforçou a ministra Rosa Weber.

Fake News

Para compor a mesa junto com Weber, estavam os ministros Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União), Raul Jungmann (Segurança) e Sergio Etchegoyen (Segurança Institucional); os ministros do TSE Og Fernandes e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto; o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia; e o delegado da Polícia Federal Elzio Vicente da Silva.

Durante a entrevista, Sérgio Etchengoyen afirmou que a semana que precede a eleição não deve ser vista como “a véspera de um apocalipse”, em referência a polarização política atual. O ministro tentou, também, minimizar o impacto das fake news (como tem sido chamadas as notícias falsas). “Existem muitos instrumentos para interferência do processo eleitoral. Fake news talvez seja o menor deles”, afirmou.

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