Delator diz ter pago propina para Eduardo Paes na agência Prole

Eduardo Paes. Foto: Beth Santos/ Prefeitura do Rio de Janeiro

Eduardo Paes. Foto: Beth Santos/ Prefeitura do Rio de Janeiro

A polícia Federal vai intensificar suas investigações em agências de publicidade e de Comunicação que tenham prestado serviços nos últimos 10 anos à Prefeituras e Governos onde existam obras de empreiteiras como a Odebrecht. Desde o mensalão investigações alcançaram Marcos Valério, Duda Mendonça, João Santana e sua mulher Mônica, só que agora o cruzamento de dados será mais “pormenorizado e mais ampliado”, como disse uma investigador ao SRzd.

A edição deste sábado da coluna Radar, de Veja, assinada por Mauricio Lima, trouxe informação de que a delação do diretor de Infraestrutura da Odebrecht no Rio, Leandro Andrade Azevedo, citou nominalmente a agência de publicidade Prole, com sede na Av. Portugal, na Urca, Rio de Janeiro; e na Av. Paulista, na Consolação, em São Paulo, como envolvida em recebimento de propina.

Nos últimos anos, a agência foi a principal prestadora de serviços aos governos do PMDB. Tradicional agência carioca, era tida como profissional, por isso a denúncia foi muito mal recebida pelo mercado publicitário.

Em seu site, ela se denomina como “inovadora”.  “A Prole não vende produtos. Defende causas e conta histórias. A Prole é on, é off. E principalmente reboot. A Prole faz filme e anúncio. Mas também emplaca capas de jornal e revista. A Prole não entra em festivais. Medida de sucesso é a vida real.A Prole é feita por gente. Que adora criação, design, estratégia, jornalismo, relações públicas, pesquisa, antropologia, inovação. A Prole ajuda pessoas, lugares e instituições a se reinventarem.”

A coluna Radar, de Veja, assinada por Mauricio Lima, informa que “a delação do diretor de Infraestrutura da Odebrecht no Rio, Leandro Andrade Azevedo, explode no peito do prefeito da cidade, Eduardo Paes, conhecido como “Nervosinho” pelos executivos da construtora.”.

Diz ainda a coluna que “no anexo apresentado aos investigadores, Azevedo detalha como a companhia abasteceu o caixa 2 da campanha de Paes à reeleição, em 2012. De acordo com o executivo, a Odebrecht desembolsou R$ 11,6 milhões e US$ 5,7 milhões, não declarados”.

O grave na denúncia de Veja, é que “parte do dinheiro foi entregue em espécie no endereço da agência Prole, no Rio, e o restante, em contas no exterior indicadas pela mesma empresa de publicidade, que prestava serviços à campanha”.

Azevedo contou que os valores eram acertados por outro diretor da Odebrecht, Bendicto Junior, diretamente com o prefeito. Na etapa seguinte, cabia a Azevedo negociar as formas e a periodicidade dos repasses.
Segundo ele, esses detalhes da negociata eram tratados com o homem forte de Paes, o deputado federal Pedro Paulo, candidato derrotado à prefeitura carioca na última eleição”.

Renato Pereira. Foto: Sócio da agência Prole
Renato Pereira. Foto: Sócio da agência Prole

Conforme as informações prestadas por Azevedo, Pedro Paulo, então coordenador da campanha do prefeito, deixou claro que o dinheiro deveria sair da Odebrecht para as mãos de Renato Pereira, o dono da Prole.
Ao menos uma das reunião ocorreu no endereço oficial da prefeitura, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
“Em reunião realizada no Palácio da Cidade, situado na Rua São Clemente, Botafogo, Rio de Janeiro/RJ, Pedro Paulo orientou-me a efetuar pagamentos a Renato Pereira da agência de publicidade Prole responsável pela campanha de todo o PMDB no Rio de Janeiro.

Na ocasião, o delator teve uma surpresa. “Eu questionei a Pedro Paulo como eu combinaria os pagamentos com Renato Pereira, quando então ele me disse que Renato estava do lado de fora da sala e entraria na sequência para tratar deste assunto. Combinei com Renato que os pagamentos seriam feitos via entregas semanais/quinzenais de dinheiro na[…] na Urca”.

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