Patrick Carvalho e comissão da Tuiuti são sucesso em Parintins e fazem jurado chorar

Negros foram destaque em primeira noite do Garantido de 2018. Foto: Paulo Sicsu

O título não veio, mas o Boi Garantido emocionou quem esteve dentro e fora do Bumbódromo na última sexta-feira (29), primeira noite do Festival de Parintins 2018. O motivo? O trabalho realizado por Patrick Carvalho, que levou os integrantes da comissão de frente deste ano do Paraíso do Tuiuti para a festa no Amazonas. A apresentação levou um dos jurados às lágrimas.

O grupo se destacou em duas exibições na noite inicial do evento. A primeira delas, no momento da toada “Consciência Negra”, quando os integrantes apresentaram uma dança forte e expressiva. Para Patrick, o trabalho no Garantido foi o “maior desafio coreográfico” da carreira. “Um trabalho de dança e arte inspirado na vida real de todos nós brasileiros. É a certeza que os anos passam e a nossa luta continua”, disse.

A CONSCIÊNCIA NEGRA

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A apresentação emocionou o jurado Heron do Espírito Santo, que chorou copiosamente durante a exibição. O julgador fez parte do trio que avaliou o Bloco B (cênico e coreógrafico) do festival. Assim como os outros dois integrantes do júri, deu nota 10 para o item “Coreografia”, que fechou nota máxima para o Garantido na sexta-feira (29).

Em outro momento, o grupo de Patrick repetiu a dança realizada na Marquês de Sapucaí pela Tuiuti, que contribuiu para o vice-campeonato da escola. Quem também se repetiu foi a repercussão positiva da apresentação. “Foi um sucesso absurdo. A cidade inteira agradecendo a gente”, contou o coreógrafo, que poderá voltar a realizar trabalhos em Parintins. “Saí com muitas promessas de trabalho de lá. Confesso que meu coração ficou tomado pelo festival e pelo Garantido”, afirmou.

Patrick Carvalho durante ensaio do Boi que conquistou seu coração. Foto: Divulgação

A relação entre Festival e Carnaval

Sou o primeiro coreógrafo a ser contratado para vir em Parintins

Apesar da grande quantidade de artistas parintinenses que trabalham na folia carioca e paulista, Patrick Carvalho integra um grupo seleto de quem faz o caminho inverso e sai do Carnaval para o Festival de Parintins. “Sou o primeiro coreógrafo a ser contratado para vir em Parintins fazer uma abertura de boi”, afirmou Patrick.

O coreógrafo fez questão de agradecer a Tuiuti e Vila Isabel, agremiação que faz parte hoje em dia. “Agradeço muito ao presidente da Tuiuti por ter me deixado realizar esse trabalho que é do mundo e não só do Carnaval carioca. Agradeço também a Vila Isabel que me liberou para o maior festival do Brasil”.

A vinda de artistas de Parintins para o Carnaval de Rio e São Paulo é cada vez mais comum. Boa parte dos movimentos em alegorias e pintura de arte em escultura são realizadas por parintinenses, que vem do Amazonas e passam os meses que antecedem a folia na região Sudeste.

O artista do Caprichoso Kennedy Prata, por exemplo, responsável pela alegoria queimada que foi reconstruída em 12 horas, trabalha há alguns anos na Beija-Flor de Nilopólis. Curiosamente, Kennedy conquistou os dois títulos em 2018: Carnaval e Festival. Outro artista que ganhou fama por trabalhos nos barracões de agremiações cariocas foi Rossy Amoedo.

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