‘Operação na Rocinha não tem hora para acabar’, diz secretário

Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou na noite desta sexta-feira (22) que a operação das forças de segurança, com apoio de 950 homens das Forças Armadas, na Rocinha, Zona sul do Rio, “não tem hora para acabar”.

Quase mil homens das Forças Armadas e dez blindados foram enviados à comunidade pelo Ministério da Defesa.

“O Rio não está em guerra. O Rio tem uma situação de violência urbana difícil como no resto do Brasil”, disse Sá, alegando que topografia e o uso de armamento pesado pelos bandidos dificultam o trabalho da polícia no Estado. Ele admitiu que os criminosos têm a vantagem de conhecer o terreno e afirmou que suspeitos conseguiram fugir da favela para a mata.

Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O secretário pediu que a população mantenha sua rotina e disse que turistas e cariocas não devem deixar de ir ao Rock in Rio por causa dos conflitos – a Rocinha fica na ligação entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde está sendo realizado o festival. Para os moradores, ele recomendou não circular  “quando ouvir disparos” e buscar “abrigo em áreas de concreto se houver confronto”.

Forças Armadas montam estrutura na mata

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Operações em Apoio ao Plano Nacional de Segurança no Rio, Almirante Roberto Rossatto, disse que as Forças Armadas vão apoiar a retomada do controle da favela da Rocinha com ações na mata e nas principais vias de acesso à comunidade para que as forças de segurança estaduais  atuem com mais facilidade.

Segundo Rossatto, diferentemente das outras ações das Forças Armadas no Rio, desta vez as tropas estão atuando nos acessos à comunidade atingida e no seu entorno, na vegetação de mata fechada, com o uso de helicópteros para desembarcar homens do Exército treinados para fazer o reconhecimento e militares para auxiliar a comunicação da operação.

Delegado pede que traficantes se entreguem

O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular da 11º Delegacia de Polícia, que abrange a Rocinha, fez um apelo, na noite desta sexta-feira (22), para os traficantes que estão na comunidade se entregarem. Ele disse que os integrantes da facção liderada por Rogério 157 estão encurralados no alto do morro, em uma região conhecida como Vila Verde.

“Eu faço um apelo aos marginais que quiserem se entregar. Eles devem procurar os agentes das forças de segurança, podem vir à delegacia, podem mandar os familiares, que terão todo o tratamento digno e serão encaminhados à Justiça. Aqui, nós não queremos fazer justiçamento. Queremos buscar a verdade dos fatos e eles também têm direitos. Na delegacia, os seus direitos constitucionais serão preservados”, declarou o delegado.

Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Lima Nunes adiantou que estão sendo pedidos mandados de busca coletivos setorizados, divididos por regiões da Rocinha, a fim de tentar prender os traficantes que promoveram uma troca de tiros no último domingo (17) com rivais da facção de Antônio Lopes Bonfim, o Nem, que está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).

Forças Armadas combatem a guerra do tráfico na Rocinha

O local é alvo de operações diárias da Polícia Militar desde o último domingo (17), quando houve confrontos entre grupos criminosos rivais pelo controle de pontos de venda de drogas na comunidade.

Na manhã desta sexta-feira (22), houve um tiroteio intenso entre policiais e criminosos, que provocou o fechamento da Auto-Estrada Lagoa-Barra, que liga o bairro de São Conrado à Gávea.

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A autorização ao cerco é uma resposta ao pedido do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, ao CML (Comando Militar do Leste) para a atuação das forças militares na Rocinha.

Além da Rocinha, houve relatos de tiroteios no Dona Marta, na Zona Sul, e no Complexo do Alemão, na Zona Norte.

Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Operação na Rocinha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Questionado se o anúncio foi tardio, o ministro disse que as Forças Armadas não substituem a Polícia Militar, que fazem a segurança pública e têm informações operacionais.

Ele reconheceu que o problema no Rio de Janeiro é estrutural, mas que, neste momento, é necessário combater o quadro considerado urgente.

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