‘O pobre não tem direito de ser feliz na nossa cidade’, desabafa pai de menino morto no Rio

‘O pobre não tem direito de ser feliz na nossa cidade’, desabafa pai de menino morto no Rio. Foto: Reprodução

indignação e a dor tomaram conta dos pais do menino Benjamin, de 1 ano, baleado na noite de sexta-feira (16) no Complexo do Alemão.

A criança foi atingida na cabeça durante um confronto entre policiais e bandidos na Avenida Itaóca, por volta das 20h30.

Paloma Maria Novaes e Fábio Antônio da Silva estiveram no Hospital Estadual Getúlio Vargas para onde o menino foi levado após ser baleado. Segundo a mãe da criança, ela estava voltando da Tijuca com o filho quando desceu do ônibus e parou para comprar um algodão doce. Em seguida, começou o tiroteio.

“Olhei e meu filho tinha tomado um tiro na cabeça. Isso não pode ficar assim. Eu quero justiça. Hoje, eu vou sair aqui do hospital sem meu filho no braço. Meu filho só tinha um ano, meu filho é inocente. Nada vai trazer o meu filho de volta, mas isso não pode ficar assim”, lamentou Paloma, que também chegou a ser atingida pro dois tiros de raspão. Fábio Antônio também questionou o governo e as ações sem resposta contra a violência.

“A pergunta é: bala contra bala resolve a situação do nosso país? Essa violência não tem mais controle e o governo aí tentando buscar resposta sem resultado. A gente pergunta aos governadores até quando que a violência dentro da favela vai ser respondida dessa forma? Bota um policial que também é um pai de família com um traficante que também tem família e no meio disso tudo inocentes que pagam. Cadê o governo? Meu filho só tinha um aninho. Foi interrompida a vida dele, estupidamente, por um sistema falido no nosso país”, questionou o pai do menino.

Além de Benjamin, outras três pessoas morreram e mais três ficaram feridas, entre elas a mãe do menino. Entre os mortos estão Maria Lúcia da Costa, de 58 anos; José Roberto Ribeiro da Silva, de 54 anos; e um bandido, apontado pela Polícia Militar como assaltante de caixas eletrônicos, também morreu no confronto; além de Benjamin. Maria Lúcia e José Roberto eram moradores do Complexo do Alemão.

“O pobre não tem direito de ser feliz na nossa cidade”, disse o pai de Benjamin. “O paraíso do Rio é para poucos”.

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