MPE vai investigar suspeita de doações ilegais à campanha de Bolsonaro

Jair Bolsonaro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Jair Bolsonaro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério Público Eleitoral (MPE) vai investigar suspeita de que empresas privadas teriam realizado doações para a campanha do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Financiamento é considerado ilegal de acordo com a legislação eleitoral. A denúncia de que empresários teriam contribuído em campanha contra o PT e a favor de Bolsonaro foi publicada nesta quinta-feira (18), pela Folha de S. Paulo.

Segundo a reportagem da Folha, o serviço contratado pelos empresários envia mensagens para uma grande quantidade de números telefônicos. Além de ser considerada doação de campanha, a prática pode infringir a legislação eleitoral por “comprar de base de terceiros”. Por lei, só é permitido usar lista de números de apoiadores do próprio candidato, com os mesmos tendo sido cedidos de forma voluntária.

A Folha apontou empresas que fornecem este tipo de serviço e que teriam trabalhos que envolvem a campanha de Bolsonaro. São elas: QuickMobile, Yacows, Croc Services e SMS Market. Destas, apenas a QuickMobile negou que teria fechado contrato com donos de empresas. Já os empresários que estariam entre os compradores dos serviços, foi identificado o dono das lojas Havan, Luciano Hang. Questionado pela reportagem, Hang afirmou desconhecer o procedimento.

Ao prestar contas para o TSE, o candidato Jair Bolsonaro apenas listou a empresa AM4 Brasil Inteligência Artificial como parte da sua campanha eleitoral. O contrato com a AM4 Brasil, segundo dados fornecidos pelo próprio candidato, teria sido de R$115 mil para ações em mídias digitais.

Pelo menos dois pedidos de investigação foram protocolados na tarde desta quinta na Procuradoria Geral Eleitoral (PGE). A expectativa é que outras representações sejam apresentadas diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Representações

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), em representação na Procuradoria-Geral Eleitoral, classifica o resultado da apuração do jornal como uma “grave denúncia” envolvendo a “ocorrência de ao menos três atos ilícitos de gravidade avassaladora, uma vez que podem viciar a vontade do eleitor e, assim, fraudar o resultado da eleição”.

O PDT também anunciou que ingressará ainda esta semana com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral contra a candidatura de Bolsonaro. A decisão foi tomada no início da tarde de hoje, durante reunião do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, com a assessoria jurídica e outros integrantes da sigla. O PDT, que declarou “apoio crítico” a Haddad no segundo turno, definiu a suspeita de que um dos candidatos esteja sendo favorecido pela suposta compra de pacotes de divulgação em massa de notícias falsas como crime de abuso do poder econômico.

Mais cedo, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, defendeu que, diante da gravidade das suspeitas, o correto seria que a candidatura de Bolsonaro fosse impugnada e que o candidato Ciro Gomes (PDT), que terminou o primeiro turno em terceiro lugar, disputasse com ele o cargo. Ciro obteve 12,47% dos votos válidos, terminando atrás de Haddad.

* Com informações da Agência Brasil

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