Ministro aponta corrupção e lavagem de dinheiro ao autorizar prisões de amigos de Temer

Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou “possível cometimento de crimes” em sua decisão que autorizou as prisões de dois amigos pessoais do presidente Michel Temer: o ex-assessor e advogado José Yunes, e o ex-coronel da Polícia Militar João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima.

Barroso atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do inquérito que investiga suposto pagamento de propina da empresa Rodrimar, que opera o porto de Santos, em São Paulo, a Temer e ao ex-assessor Rodrigo Rocha Loures. Ele elencou como “possíveis crimes” cometidos pelos investigados as práticas de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A íntegra da decisão do ministro não foi divulgada até o momento.

A suposta vantagem indevida seria uma contrapartida da empresa por benefícios concedidos pelo chamado Decreto dos Portos, assinado por Temer em maio do ano passado. O presidente nega qualquer irregularidade na edição do decreto.

José Yunes. Foto: Divulgação
José Yunes. Foto: Divulgação

Também foram presos pela PF nesta quinta-feira (29), o empresário e dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e a sócia do Grupo Libra, Celina Torrealba. As prisões têm caráter temporário (com duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco dias).

Ex-assessor de Michel Temer, Yunes chegou a prestar depoimento à Polícia Federal, em novembro do ano passado, em inquérito sobre os portos, e contou sobre uma operação de venda de imóvel ao presidente. No mesmo inquérito, Barroso autorizou quebra de sigilo bancário do presidente.

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