Livro resgata memória da eletricidade e descreve a chegada da energia elétrica no Rio

No próximo dia 2 de julho, fará 130 anos que o cariocas assistiram a primeira aplicação da energia elétrica no Rio.  A princesa regente, Dona Isabel, seu real consorte, Conde D’Eu, e outros convidados ilustres tomaram assento num bonde, que,, diferente do que se vira até ali no Brasil, não era movido por burros ou cavalos, mas sozinho, movido por algo que os sábios chamavam de eletricidade. Suas majestades e seus acompanhantes deslocaram-se do Centro até o Barro Imperial de São Cristóvão, dando início à eletrificação do Rio de Janeiro, processo contato em detalhes e muitas ilustrações pelo livro “Energia elétrica e urbanização na cidade do Rio de Janeiro”, com lançamento marcado para o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), no dia 20 de março, mês de fundação da Cidade Maravilhosa. 

Editado pela Memória da Eletricidade, centro de preservação e memória do setor elétrico brasileiro, a obra tem 320 páginas e  conta com mais de duas centenas de fotos e ilustrações provenientes do acervo da própria Memória, da Fundação Biblioteca Nacional, do Arquivo Nacional, do Arquivo Geral da Cidade, do  Clube de Engenharia e de outras instituições. 

O livro recua até 1870 para contar o papel da energia elétrica na urbanização da antiga capital federal. Ao longo dos seus cinco capítulos,  examina as relações entre o desenvolvimento do tecido urbano e o consumo de energia elétrica do Rio de Janeiro, que ganharam impulso decisivo no início do século passado, quando as inovações tecnológicas relacionadas à produção, transmissão e distribuição de energia elétrica concorreram para disseminação da nova forma de energia. 

No Rio, a energia elétrica foi um dos carros-chefes da com a reforma urbana implementada durante a gestão do prefeito Pereira Passos, tratada em detalhes no livro, que abrange alguns dos temas que permeiam a transformação da então capital federal numa metrópole moderna: a expansão dos meios de transporte  e dos serviços de iluminação e seu impacto sobre a malha urbana; o fornecimento regular de energia elétrica para as indústrias e suas consequências para a economia da cidade; a evolução de algumas formas de sociabilidade, em especial as que dizem respeito ao lazer; e a verticalização das construções e as mudanças nos hábitos domésticos que modificaram profundamente o conceito de morar. 

A pesquisa enfrentou problemas operacionais, segundo a coordenadora editorial da publicação, a historiadora Ligia Cabral, como o fato de que a digitalização de documentos era muito rara quando o trabalho começou, há cerca de 30 anos. “ A equipe responsável precisou realizar muita pesquisa presencial para levantar e armazenar um massa de informações considerável”, diz Lígia, chefe da Coordenadoria de Pesquisa da Memória da Eletricidade. 

Para o presidente da Memória da Eletricidade, Mario Santos, “Energia elétrica e urbanização na cidade do Rio de Janeiro” atinge o objetivo de retratar um momento crucial da história urbana do Rio. “O livro oferece um painel amplo do significado e do impacto da eletricidade na vida da população carioca. Demonstra, com clareza, porque não é possível imaginar a vida do homem moderno esse recurso”, afirma o executivo. 

Sobre a Memória da Eletricidade     

O Centro da Memória da Eletricidade no Brasil – Memória da Eletricidade é uma entidade cultural sem fins econômicos, instituída em 1986 por iniciativa da Eletrobras, e mantida por empresas e órgãos do setor de energia elétrica brasileiro. Seu objetivo é preservar a história da formação e do desenvolvimento da indústria da eletricidade no país.     

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