Estudante é vítima de racismo por ser descendente de índios: ‘Nojenta’

Ilustração. Foto: Ilustrativa

A Polícia Federal do Acre investiga um caso de racismo registrado na Universidade Federal do Acre, campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.

A estudante de pedagogia Kethyla Taiane Shawanava de Almeida, de 18 anos, foi surpreendida com uma carta deixada para ela com ofensas racistas.

O papel foi colocado entre as coisas da estudante durante um intervalo entre uma aula e outra. A carta digitada endereçada à estudante, que é descendente de índios da etnia Araras, contém ofensas pelo fato da menina ser indígena.

“Não sei quem teve a brilhante ideia de misturar pessoas normais com índios. Porque raça nojenta é essa. Observamos que os professores todos gostam de você, deve ser por ter pena. (…) Tira a tua máscara garota. Deixa de ser essa caboca [sic] nojenta e imunda que tu é”, diz um trecho da carta.

O discurso é carregado de ódio e cheio de preconceito. A pessoa diz ainda que a menina nunca deve passar em um concurso público e faz pouco da cultura e descendência da estudante.

“Ainda vem com uma história que almeja um futuro melhor para os pais. Procura futuramente estudar em um curso melhor. Vai tirar eles de onde? Da tribo? Deixa eles lá porque lugar de índio é dentro dos buracos assim mesmo”, continua a carta dizendo que a garota tem um inimigo no curso e que o objetivo é que ela desista de estudar:

“Vai tomar caiçuma e ter uns 11 meninos na aldeia. (…) Deixa de ocupar uma vaga que poderia ser de outra pessoa. (…) Saiba que tem um grande inimigo aqui, que vai infernizar até tu desistir. Espero que se toque. Beijos de luz, caboca [sic] nojenta”, finaliza a carta.

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