Empresário afirma à PF que coronel Lima arrecadava propina para Temer

João Baptista Lima Filho e Michel Temer. Foto: Reprodução de Internet

João Baptista Lima Filho e Michel Temer. Foto: Reprodução de Internet

Em depoimento prestado à Polícia Federal, o empresário Gonçalo Torrealba, dono do grupo Libra, que atua no porto de Santos, disse que o coronel aposentado da Polícia Militar João Batista Lima Filho o procurou pedindo doações para campanhas eleitorais do presidente Michel Temer, de quem é amigo de longa data.

De acordo com o jornal O Globo, Torrealba detalhou aos investigadores, em depoimento que está sob sigilo, que o coronel Lima, que chegou a ser preso por decisão do ministro Luis Roberto Barroso, solicitou repasses de recursos financeiros a uma campanha eleitoral de Temer ao cargo de deputado federal em uma visita à sede do grupo Libra há mais de 15 anos.

Se verdadeira, a informação corrobora os depoimentos prestados pelos irmãos Batista, do grupo J&F, que em colaboração premiada, afirmaram que o coronel era quem arrecadava dinheiro para Temer.

Em relatório de dezembro de 2017, a PF havia mapeado doações da família Torrealba ao diretório nacional do MDB. Em 2006, foram doados R$ 75 mil. Na campanha de 2010, a família doou R$ 500 mil ao diretório nacional. Já em 2014, quando Michel Temer presidia o partido, o repasse foi de R$ 2 milhões. Segundo o jornal, o empresário disse à PF que as doações não buscaram contrapartida com o governo e que manteve apenas relações dentro da lei.

Ao responder 50 perguntas elaboradas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que investiga se a empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos, foi beneficiada por decreto assinado por Temer em maio, o presidente afirmou no mês de janeiro que o coronel nunca havia atuado na arrecadação de recursos.

O empresário Gonçalo Torrealba, por sua vez, foi beneficiado por um decreto no setor portuário, que renovou as concessões de grupos em dívida com a União, como era o caso do grupo Libra.

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