David Miranda conta o que mudou quatro anos depois de ser preso acusado de espionagem

David Miranda. Foto: Reprodução/Facebook

David Miranda. Foto: Reprodução/Facebook

18 de agosto de 2013. Há exatos quatro anos, o agora vereador David Miranda foi detido no aeroporto de Heathrow, em Londres. Ele estava carregando arquivos criptografados contendo material jornalístico do ex-analista de sistemas da Agência Nacional de Segurança dos EUA Edward Snowden sobre espionagem americana. Miranda trabalhava na época para o jornal britânico “The Guardian” e voltava da Alemanha.

Conseguimos fazer uma mudança na privacidade com a criptografia que foi colocada depois das publicações que fizemos, em 2013, com o Snowden.

“O que mudou em alguns aspectos de lá para cá é que na minha vida, virei político. Depois daquilo, eu tive uma necessidade muito grande de fazer uma mudança com minhas próprias mãos. Integrei movimentos sociais, fui para a rua e defendi a política do nosso país, porque vi a postura que nosso governo teve e não condiz com a que eu gostaria que nosso governo tivesse, então, entrei para a política. Segundo as publicações, o que modificou foi no âmbito privado. O Facebook, a Apple, todo esse sistema… Porque hoje a gente tem tecnologia de criptografia de ponta de todos esses sistemas, tanto no Facebook, iPhone, como outros aparelhos e programas, como Whatsapp. Então, conseguimos fazer uma mudança, sim, na privacidade com essa criptografia que foi colocada depois das publicações que fizemos, em 2013, com o Snowden”.

O Facebook pode, simplesmente, modificar o resultado de uma eleição mudando um algoritmo. E isso influencia completamente.

Miranda falou que atualmente não se sente tão perseguido quanto no passado. “Às vezes acontece de a gente esbarrar com uma pessoa no centro da cidade e encontrá-la em Ipanema. Mas quando a gente fez as publicações, era uma coisa bizarra. Às vezes, a gente encontrava a mesma pessoa em quatro lugares diferentes”.

Para Miranda, é preciso um debate maior sobre a privacidade na internet. “Falta uma política pública sobre disseminar o que é privacidade na nossa sociedade. Não se fala em nenhuma instância sobre isso. Parece que é um debate muito vanguardista, mas não é a realidade. Somos uma das maiores populações que utiliza isso. O Facebook é crucial nas comunicações e estrutura da sociedade de hoje e ela é uma empresa dos Estados Unidos. E ele pode, simplesmente, modificar o resultado de uma eleição mudando um algoritmo. E isso influencia completamente”.

Ouça a entrevista completa:

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