Com falta de combustível, Rio entra em estágio de atenção

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra no Rio. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Paralisação dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra no Rio. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Diante da continuidade dos bloqueios de estradas pelos caminhoneiros, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio declarou que a cidade entrou em estágio de atenção.

“Com a manutenção da greve dos caminhoneiros, o desabastecimento de combustível já afeta drasticamente a mobilidade no município”, informou a prefeitura, em nota.

O estágio de atenção é o segundo nível em uma escala de três e significa que um ou mais incidentes provocam reflexos relevantes para a locomoção da população.

Os protestos continuram nas estradas do Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira (25). De acordo com levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PFR), manifestantes permanecem mobilizados em quatro rodovias federais que cortam o estado. Os postos de gasolina nos municípios fluminenses ainda não foram reabastecidos e o impacto nas operações de transporte público aumenta gradativamente.

O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) estima que 50% da frota esteja em operação na capital. Em todo o estado, a situação é similar, segundo informa a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor). Metade dos veículos estaria fora de circulação.

“O setor mostra-se preocupado em restabelecer o abastecimento de óleo diesel, para a retomada da operação regular na próxima semana, uma vez que os estoques nas garagens estão cada vez mais reduzidos”, acrescenta a entidade.

Falta de combustível

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Estado do Rio de Janeiro (Sindestado), até o momento, nenhum posto recebeu nova remessa de combustíveis e que o quadro de desabastecimento está próximo de 100%. Especificamente na capital, a situação não é diferente conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb).

“O suprimento nos postos revendedores na cidade está praticamente esgotado. À exceção de um ou outro estabelecimento, que ainda possui pequena quantidade de algum combustível, não há mais gasolina, etanol ou óleo diesel para atender o consumidor já nesta sexta-feira”.

Forças federais

No início da tarde desta sexta-feira (25), o presidente Michel Temer autorizou o uso de forças federais para desbloquear rodovias. No Rio de Janeiro, o Gabinete de Intervenção Federal informou em nota que vem monitorando os impactos em todo o estado e tem um planejamento que prevê a atuação das forças de segurança estaduais e, somente em casos de necessidade, das forças federais. Conforme o comunicado divulgado, não há racionamento de combustível nas instituições policiais e as operações previstas seguem seu curso normal.

A Polícia Militar confirmou não haver alterações no planejamento de patrulhamento ostensivo no estado e também garantiu que não há desabastecimento da frota. No entanto, informou que foram adotadas, como medida preventiva, cotas de abastecimento para as viaturas, estabelecendo limites diferenciados para veículos operacionais e administrativos. “A Polícia Militar está realizando escoltas em benefício da manutenção de setores essenciais, como saúde, transporte de químicos para tratamento da água e funcionamento de aeroportos”, informou o gabinete.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), as unidades da rede estadual continuam em funcionamento. As operações também estão normais no Aeroporto do Galeão.

“O fornecimento para as aeronaves é realizado por meio de pits de abastecimento, sistemas que movimentam o combustível por tubulações subterrâneas direto da refinaria”, explica em nota o terminal.

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Fonte: Agência Brasil

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