Colégio vai pagar por estudos de aluna vítima de transfobia

Mãe de Lara, menina trans, luta para que ela possa usar o nome social na escola. Foto: Reprodução do Facebook

Mãe de Lara, menina trans, luta para que ela possa usar o nome social na escola. Foto: Reprodução do Facebook

Vítima de transfobia na Escola Estudar Sesc, em Fortaleza, no Ceará, a menina Lara, de 13 anos, terá a educação custeada pelo próprio colégio, na instituição que sua família escolher.

No mês de novembro, sua mãe, Mara Beatriz, acusou a diretoria de expulsar sua filha da unidade por causa da sua identidade de gênero. O assunto teve grande repercussão nas redes sociais.

De acordo com a postagem de Mara Beatriz, ela foi chamada para uma reunião na qual representantes da escola pediram que a família procurasse uma outra instituição de ensino para a adolescente. No mesmo dia, ela registrou ocorrência sobre o caso na Delegacia de Combate a Exploração da Criança e Adolescente (Dececa).

Lara estuda na mesma unidade desde os dois anos de idade. Ao assumir a identidade feminina, neste ano, a estudante viu seu nome civil ser impresso mesmo assim nos documentos escolares e foi impedida de usar o banheiro das meninas. Ela era orientada a usar o da coordenação.

Depois da denúncia feita pela mãe no Facebook, a Escola Estudar Sesc voltou atrás, pediu desculpas e afirmou que tomaria as medidas necessárias para inclui-la. Lara passou a ter assegurado o direito de usar o nome social e o banheiro feminino.

A instituição afirmou que acompanha o processo de transição de gênero de Lara desde agosto e que tomou as medidas para que a aluna continue acolhida na escola. O colégio disse ter providenciado em 24 horas a emissão de toda a documentação da estudante.

Satisfeita com a decisão do colégio, que também se comprometeu a realizar campanhas educativas sobre temas LGBT, Mara Beatriz declarou que Lara deve continuar na Escola Estudar Sesc até chegar ao Ensino Médio. Para ter o custeio dos estudos garantido, Lara só não poderá repetir de ano.

No início do mês, a família e a escola se reuniram na Defensoria Pública de Fortaleza para uma audiência de conciliação. Os advogados da unidade de ensino pediram dez dias para analisar os requerimentos e, nesta sexta-feira (15), confirmaram o acordo, que inclui a cobertura de todo o material didático e o fardamento da menina.

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