Classes C, D e E correspondem a quase 80% da população, por Miguel do Rosário

Idosos. Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Idosos. Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ibope fez uma pesquisa recente (dias 20 a 27 de novembro) que traz alguns números interessantes para nossas análises aqui do Cafezinho.

Para começar, uma estimativa do que representa cada classe econômica, percentualmente, no total da população.

As duas classes mais pobres, D e E, com renda familiar até 1 salário, representam 27% da população brasileira.

Em seguida vem a classe C, a mais numerosa, com renda média de 1 a 3 salários, representando 49% do total.

Somadas as três classes mais pobres, elas representam 76%.

As classes A e B, por sua vez, correspondem a 24% da população.

A pesquisa é centrada no otimismo/pessimismo da população para 2018, e o resultado é bastante negativo. A maior parte não está conseguindo guardar dinheiro e olha para o ano que vem com ceticismo e negatividade.

Mas ela traz também dados de avaliação do governo que achei interessante partilhar com os leitores do Cafezinho.

Perguntados se concordam ou discordam se o governo brasileiro é corrupto, 86% afirmaram: “concordam”.

Perguntados se concordam ou discordam se o governo brasileiro respeita a vontade das pessoas, 81% disseram: “discordam”.

Com um detalhe, entre as pessoas que ganham mais de 5 salários, o grau de rejeição ao governo é ainda maior: 94% acham o governo corrupto e 91% acham que o governo não respeita a vontade das pessoas.

Ou seja, a elite financeira que deu o golpe tem um problema: os pobres querem votar em Lula e os mais ricos rejeitam profundamente esse governo alçado ao poder mediante o impeachment.

Isso explica, aliás, a posição forte de Bolsonaro. Ele expressa a insatisfação da classe média com o sistema político.

Texto publicado originalmente no site O Cafezinho.

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