As duas apostas para as eleições presidenciais, por Paulo Baía

Eleições. Foto: Reprodução

Existem duas apostas para as eleições presidenciais de outubro.

Uma acredita que os eleitores vão se definir ao assistirem a propaganda eleitoral na televisão no curto período de campanha e, quanto maior for a minutagem de exposição dos candidatos, melhor.

Nesse cenário Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Meireles e o candidato do PT disputariam as duas vagas para o segundo turno.

Nesse cenário, também, quanto maior for o “não voto” (abstenção, nulos e brancos) melhor para os candidatos do PSDB e do PT.

Essa aposta está ancorada nos resumos eleitorais de 1989 até 2014 e acredita que a polarização PT x PSDB vai se reproduzir em 2018 com Alckmin e Lula ou seu substituto de última hora.

Essa perspectiva, também aposta no financiamento via fundo eleitoral e máquinas partidárias chientelistas.

A segunda aposta acredita em um novo potencial eleitoral via marketing digital e em redes tipo WhatsApp, Facebook, Twitter e Instagram. Nessa segunda perspectiva estão Jair Bolsonaro do PSL e Marina Silva da Rede.

O Marketing digital não foi testado nas urnas brasileiras, e o resultado das eleições de 2014 e 2016 não servem para uma avaliação mais contundente da eficácia eleitoral do Marketing digital no resultado final dessas eleições.

Tenho me debruçado sobre os dados eleitorais históricos do TSE, assim como nas pesquisas de prognósticos eleitorais recentes, em particular as do Ibope e do Datafolha.

Pelos dados das eleições passadas, a primeira aposta se viabiliza, pelos dados das pesquisas a segunda aposta é factível.

Minha observação nesse momento é de que com Lula presente nas urnas, teremos uma vaga para Lula -no modelo convencional de propaganda eleitoral via televisão e máquina partidária – e a segunda vaga com Bolsonaro, via marketing digital e em rede.

Sem Lula na cédula eleitoral, o que é o mais provável, teremos Jair Bolsonaro em uma vaga via digitalização e publicidade em rede e uma segunda vaga a ser disputada em igualdade de possibilidades pelos demais candidatos dessa disputa presidencial.

O fato é que o resultado eleitoral demonstrará se o marketing eleitoral via televisão é mais eficiente e eficaz do que o marketing digital em rede nos processos eleitorais no Brasil nas eleições majoritárias. Para deputados estaduais e federais a história é outra, valem as máquinas partidárias, políticas, religiosas e corporativas.

Centrão e centro democrático são expressões políticas apropriadas por partidos políticos com longo histórico e alto índice de ilícitos e corrupção. Ser de centro no atual momento brasileiro é uma contrafação e não uma virtude dos ponderados, pela expropriação do termo por legião de corruptos.

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